Monday, January 19, 2009

27 anos sem ela



Elis Regina, 27/03/1945 - 19/01/1982

Nova esperança bate coração
Renascer cada dia como a luz da manhã
Despertar sem medo, enganar a dor
Disfarçar essa mágoa que anda solta no ar

Ter que acreditar no regresso da estação
Como o sol volta a brilhar, como as chuvas de verão
Ter que acreditar só pra ter razão
De sonhar mais uma vez

Nova esperança bate coração
Renascer cada dia como a luz da manhã
Semear a terra certo de colher
Da semente o fruto depois descansar

(Nova Estação, Luiz Guedes/ Thomas Roth)

2 comments:

Ron Groo said...

Desta sim eu sinto falta.
Depois de Elis não consegui ouvir isentamente nem uma cantora. Sempre fica um ranço de comparação.
Inigualável Elis.

Anonymous said...

Meu Deus, Alessandra...
Tinha esquecido. Obrigado pela lembrança.
Inesquecível, insubstituível Elis.
Meu pai canta ópera, minha família é toda musical, menos o bôbo aqui. Ouvi seus discos desde minha infancia (sou "da safra" de 57). Ouvi-a nos festivais da Record, pela TV. A marcenaria de meu pai era na Alameda Itu, quase esquina com a Consolação. Assistimos a mais de um programa juntos no Teatro Record, ali ao lado do Sujinho. Meu pai, que é do ramo, já dizia: "Canta muito", desde que a ouviu pela primeira vez
Acompanhei sua carreira, comprei seus discos, ainda tenho muito dela.
E assisti (por 2 vezes!!) o Show "Falso Brilhante", lá na Augusta. Pirei, descabelei, chorei, babei, não acreditei. E meu pai, de novo: "Cantava muito, agora canta divinamente"
Pra mim, é como Gardel: Mesmo morta, canta cada vez melhor. É dela uma série de interpretações definitivas, de dezenas de músicas tambem definitivas. É dela uma técnica e extensão impecáveis, dona de uma emoção arrepiante. Um talento que ainda em estado bruto, sem nenhuma lapidação já brilhava, mesmo em meio a uma constelação de estrelas. Depois de lapidada pela vida, pelos palcos e pela idade brilhou mais do qualquer outra.
Gal, Simone, Marisa Monte, Elizeth Cardoso, Maysa, sua Filha Maria Rita, ninguem canta como canta Elis.
E cada vez melhor.
Claudio Ceregatti